África do SulÁfrica do Sul

África do Sul, oficialmente República da África do Sul, é um país localizado no extremo sul da África, entre os oceanos Atlântico e Índico, com quilômetros de litoral. É limitado pela Namíbia, Botsuana e Zimbábue ao norte; Moçambique e Essuatíni a leste; e com o Lesoto, um enclave totalmente rodeado pelo território sul-africano. O país é conhecido por sua biodiversidade e pela grande variedade de culturas, idiomas e crenças religiosas. A Constituição reconhece 11 línguas oficiais. Duas dessas línguas são de origem europeia: o africâner, uma língua que se originou principalmente a partir do neerlandês e que é falado pela maioria dos brancos e mestiços sul-africanos, e o inglês sul-africano, que é a língua mais falada na vida pública oficial e comercial, mas é apenas o quinto idioma mais falado em casa.

Considerado uma economia de renda média alta pelo Banco Mundial, o país é considerado um mercado emergente. A economia sul-africana é a segunda maior do continente (atrás apenas da Nigéria) e a 25ª maior do mundo (PPC). Multiétnico, o país possui as maiores comunidades de europeus, indianos e mestiços da África. Apesar de 70% da população sul-africana ser composta por negros, este grupo é bastante diversificado e abrange várias etnias que falam línguas bantas, um dos idiomas que têm estatuto oficial. e vive com menos de 1,25 dólar por dia.

A África do Sul é uma democracia constitucional, na forma de uma república parlamentar; ao contrário da maioria das repúblicas parlamentares, os cargos de chefe de Estado e chefe de governo são mesclados em um presidente dependente do parlamento. É um dos poucos países africanos que nunca passaram por um golpe de Estado ou entraram em uma guerra civil depois do processo de descolonização, além de ter eleições regulares sendo realizadas por quase um século. A grande maioria dos negros sul-africanos, no entanto, foram completamente emancipados apenas depois de 1994, após o fim do regime do apartheid. Durante o século XX, a maioria negra lutou para recuperar os seus direitos, que foram suprimidos durante décadas pela minoria branca, dominante política e economicamente, uma luta que teve um grande papel na história e recente do país.

O país é um dos membros fundadores da União Africana, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), além de ser membro do Tratado da Antártida, do Grupo dos 77, da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, da União Aduaneira da África Austral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI), do G20, do G8+5 e é uma das nações BRICS. Tem ainda a melhor infraestrutura e a segunda maior economia do continente.

Nome

Mzansi, derivado do xossa substantivo umzantsi que significa "sul", é um nome coloquial para a África do Sul, enquanto alguns partidos políticos pan-africanistas preferem o termo "Azania".

História

Pré-história

A África do Sul contém alguns dos mais antigos sítios arqueológicos e fósseis humanos do mundo. Vários restos de fósseis foram recuperados a partir de uma série de cavernas na província de Gauteng. A área é um Patrimônio Mundial pela UNESCO e foi denominada o Berço da Humanidade. Os locais incluem Sterkfontein, que é um dos mais ricos territórios de fósseis hominídeos no mundo. Outros locais incluem Swartkrans, Caverna de Gondolin, Kromdraai, Caverna Coopers e Malapa. O primeiro fóssil de hominídeo descoberto na África, a Criança de Taung, foi encontrado perto da cidade de Taung, na província Noroeste, em 1924. Outros restos de hominídeos foram recuperados a partir de sítios de Makapansgat em Limpopo, Cornelia e Florisbad no Estado Livre, Caverna Border em KwaZulu-Natal, na embocadura do rio Klasies em Eastern Cape e Pinnacle Point, Elandsfontein e na Caverna Die Kelders em Western Cape. Esses sítios indicam que várias espécies de hominídeos viviam na África do Sul há cerca de três milhões de anos, entre eles o Australopithecus africanus.

Expansão bantu

Os assentamentos de povos de língua bantu, que eram agricultores e pastores que manejavam ferro, já estavam presentes ao sul do rio Limpopo (agora a fronteira norte com Botswana e Zimbabwe) nos séculos IV e V (veja expansão Bantu). Eles deslocaram-se, conquistaram e absorveram os povos khoisan, khoikhoi e san. Os bantus se moveram lentamente em direção ao sul ao longo do tempo. Os primeiros sinais de siderurgia na atual província KwaZulu-Natal datam de cerca de 1050.

O grupo meridional era o povo xhosa, cuja linguagem incorpora certos traços linguísticos dos povos khoisan anteriores. Os xhosa chegaram ao rio Great Fish, na atual Província do Cabo Oriental. Como eles migravam, essas populações maiores da Idade do Ferro deslocavam ou assimilavam os povos anteriores. Em Mpumalanga, vários círculos de pedra foram encontrados junto a arranjos de pedras que tem sido chamado Calendário de Adão.

Contato português

Na época do contato europeu, o grupo étnico dominante eram os povos bantu que migraram de outras partes da África cerca de mil anos antes. Os dois principais grupos eram os xhosas e os zulu. Em 1487, o explorador português Bartolomeu Dias liderou a primeira viagem europeia a desembarcar em território que atualmente faz parte da África do Sul.

Em 4 de dezembro, Dias desembarcou em Walfisch Bay (agora conhecido como Walvis Bay, na atual Namíbia). Antes disto, em 1485, Diogo Cão tinha chegado a Cabo Cross, 160 km a norte de Walvis bay.

Depois de 8 de janeiro de 1488, impedido de prosseguir ao longo da costa por conta de tempestades, Dias navegou em alto mar e passou o ponto mais meridional da África sem vê-lo. Ele chegou até a costa oriental de África, no que chamou de Rio do Infante, provavelmente o atual rio Groot, em maio de 1488, mas em seu retorno, viu o Cabo, que chamou de primeira Cabo das Tormentas.

Mais tarde, o rei João II de Portugal rebatizou o ponto para Cabo da Boa Esperança, uma vez que levava às riquezas das Índias Orientais. A façanha de Dias foi posteriormente imortalizada por Luís de Camões no poema épico Os Lusíadas (1572).

Colonização europeia

Em 1652, um século e meio após a descoberta da Rota Marítima do Cabo, a Companhia Holandesa das Índias Orientais fundou uma estação de abastecimento que mais tarde viria ser a Cidade do Cabo. A Cidade do Cabo tornou-se uma colônia britânica em 1806. A colonização europeia expandiu-se na década de 1820 com os Bôeres (colonos de origem Holandesa, Flamenga, Francesa e Alemã) enquanto os colonos Britânicos se assentaram no norte e no leste do país. Nesse período, conflitos surgiram entre os grupos Xhosa, Zulu e Afrikaners que competiam por território.

Durante a década de 1830, cerca de doze mil bôeres (mais tarde conhecido como Voortrekkers) partiram da Colônia do Cabo, onde tinham sidos submetidos ao controle britânico. Eles migraram para as regiões que mais tarde se tornariam Natal, Estado Livre de Orange e Transvaal. Os bôeres fundaram a República Sul-Africana (atual Gauteng, Limpopo, Mpumalanga e províncias do oeste e do norte) e o Estado Livre de Orange (Free State).

A descoberta de diamantes, em 1867, e de ouro, em 1884, no interior do país, iniciou a "Revolução Mineral" e o aumento do crescimento econômico e da imigração. Isto intensificou a subjugação dos povos indígenas pelos sul-africanos europeus. A luta para controlar esses importantes recursos econômicos foi um fator decisivo nas relações entre os europeus e os nativos e também entre os bôeres e os britânicos.

Guerra dos Bôeres

As repúblicas bôeres resistiram com sucesso às invasões britânicas durante a Primeira Guerra dos Bôeres (1880–1881) usando táticas de guerrilha, que foram bem adaptados às condições locais. Os britânicos voltaram com um número maior de homens, com mais experiência e com uma nova estratégia na Segunda Guerra dos Bôeres (1899–1902), mas sofreram pesadas perdas durante os conflitos, apesar de terem sido os vencedores.

Dentro do país, as políticas antibritânicas entre brancos sul-africanos focavam na independência. Durante os períodos coloniais holandês e britânico, a segregação racial era majoritariamente informal, apesar de algumas legislações terem sido promulgadas para controlar o estabelecimento e a livre circulação de povos nativos.

Oito anos após o fim da Segunda Guerra dos Bôeres e após quatro anos de negociação, uma lei do parlamento britânico (Ato da África do Sul de 1909) criou a União Sul-Africana em 31 de maio de 1910. A União era um domínio britânico que incluía as antigas colônias holandesas do Cabo e de Natal, bem como as repúblicas do Estado Livre de Orange e de Transvaal.

A Lei das Terras dos Nativos de 1913 restringiu severamente a propriedade de terra por negros; nessa época os nativos controlavam apenas 7% do território do país. A quantidade de terra reservada para os povos indígenas foi mais tarde ligeiramente aumentada.

Independência, república e regime segregacionista

Em 1931, a União tornou-se efetivamente independente do Reino Unido, com a promulgação do Estatuto de Westminster. Em 1934, o Partido Sul-Africano e o Partido Nacional se fundem para formar o Partido Unido, buscando a reconciliação entre os africânderes e os brancos anglófonos. Em 1939, o partido se divide sobre a entrada da União na Segunda Guerra Mundial como uma aliada do Reino Unido, uma decisão que os seguidores do Partido Nacional se opuseram.

Em 1948, o Partido Nacional foi eleito e chegou ao poder. Esse grupo político reforçou a segregação racial, que já tinha começado sob o domínio colonial holandês e britânico. O Governo Nacionalista classificou todos os povos em três raças, com direitos e limitações desenvolvidas para cada uma. A minoria branca controlava a muito maior maioria negra. A segregação legalmente institucionalizada ficou conhecida como apartheid. Enquanto a minoria branca sul-africana usufruía do mais alto padrão de vida de toda a África (comparável aos de nações de países desenvolvidos ocidentais), a maioria negra ficou em desvantagem em quase todos os aspectos, como renda, ed…

Texto obtido de Wikipedia - África do Sul sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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