Estado de Santa Catarina

Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada no centro da região Sul do país. É o vigésimo estado em área territorial e o décimo-primeiro mais populoso do país. Seu território é dividido em 295 municípios, o sexto maior dentre as unidades da Federação, e ocupa uma área de , um pouco maior do que Portugal ou a somatória dos estados brasileiros do Rio de Janeiro e Espírito Santo, mais o Distrito Federal. Sua capital é Florianópolis, segundo município mais populoso do estado, depois de Joinville. Além do Espírito Santo, Santa Catarina é um dos dois estados cuja capital não é o município mais populoso.

Banhado pelo Oceano Atlântico a leste, Santa Catarina faz divisa com os estados do Paraná a norte e o Rio Grande do Sul a sul e, a oeste, com a província argentina de Missiones. Seu litoral possui cerca de 450 km. Totalmente ao sul do trópico de Capricórnio, na zona temperada meridional do planeta, o estado tem um clima subtropical. Essas condições são variáveis segundo o relevo da região: no oeste e Planalto Serrano é relativamente frequente que ocorram geadas e, em algumas ocasiões, quedas de neve, ao passo que no litoral o clima é mais quente, podendo alcançar temperaturas elevadas no verão.

Seu território, que abrange parte da extensão do antigo Governo do Rio da Prata e do Paraguai à época do grande Império Espanhol, era um dos estados mais antigos do Brasil, desmembrado de São Paulo em 1738, sendo seu primeiro governador o senhor José da Silva Pais. Foi criado para estender os domínios portugueses para o sul do Brasil, então colônia de Portugal, até atingir a região do Rio da Prata. Santa Catarina foi muito povoado por imigrantes europeus: o litoral foi colonizado pelos portugueses açorianos no século XVIII; na metade do século XIX, o Vale do Itajaí, porção da região sul e o norte catarinense foram povoados pelos alemães e, mais tarde, por italianos. Ainda no século XIX, filhos e netos de imigrantes italianos e alemães que se deslocaram do Rio Grande do Sul povoaram o oeste catarinense. Descendentes de africanos e de índios também povoaram o estado.

Os índices sociais do estado estão entre os mais altos do Brasil. Tem o mais elevado índice de expectativa de vida do país (empatando com o Distrito Federal), a menor taxa de mortalidade infantil e também é a unidade federativa com a mais baixa desigualdade econômica e analfabetismo do Brasil. Santa Catarina possui o sexto maior PIB do país, com uma economia variada e com fortes afinidades à industrialização. Importante polo de exportação e de consumo, é um dos estados que mais expandem na economia brasileira e que responde por 4% do produto interno bruto do país.

Etimologia

A denominação Santa Catarina seria dada por Francisco Dias Velho, que veio para a ilha hoje homônima em 1675, quando naquele local construiu uma capela em devoção a Catarina de Alexandria, da qual, ao que se diz, uma filha sua possuía o nome. Demais autores afirmam que a designação é atribuída a Sebastião Caboto, que consagraria a ilha, durante sua passagem entre 1526 a 1527, a santa Catarina, ou antes, homenageou sua esposa, Catarina Medrano.

Seus habitantes naturais são denominados catarinenses ou barrigas-verdes, por causa do colete que utilizavam os recrutas das tropas de Joaquim Francisco do Livramento, as quais, em 1753, partiram de Santa Catarina para que batalhassem no Rio Grande do Sul e que assegurassem ao Brasil a posse daquela capitania.

Originário da religião católica, o nome homenageia a santa padroeira do estado.

História

Povos indígenas, período colonial e imperial

No começo do século XVI, a região que é hoje o estado catarinense era povoada pelos carijós, tribo do grupo tupi-guarani, catequizados (que recebiam instrução e tornavam-se mais pacíficos no catolicismo romano) desde 1549.

A partir do início da descoberta do Brasil, expedições vindas de Portugal e Espanha visitaram a costa catarinense. No ano de 1526, Sebastião Caboto, viajando ao rio da Prata, percorreu a ilha então denominada dos Patos e a chamou de Santa Catarina. D. João III doou as terras continentais para Pero Lopes de Sousa em 1534. No entanto, em todos os anos do século XVI, as terras ficaram desabitadas, recebiam a visita de jesuítas, colonizadores espanhóis e portugueses, porém, sem população permanente.

Desde o começo da colonização do Brasil, as terras da região sul não despertaram muito interesse dos colonizadores portugueses, devido à ausência de metais preciosos e ao seu clima mais frio (visto que as geadas dificultavam o cultivo de cana-de-açúcar). Os portugueses somente começaram a se interessar pela região na segunda metade do século XVII. No ano de 1658, a povoação permanente mais antiga do estado, o povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, foi fundada por Manuel Lourenço de Andrade e seus amigos. Em 1675, o bandeirante paulista Francisco Dias Velho, em companhia de seus filhos, escravos e criados, criou a povoação de Nossa Senhora do Desterro (hoje Florianópolis) na ilha de Santa Catarina. Em 1676, o povoado de Laguna foi estabelecido por Domingos de Brito Peixoto. Criou-se a Capitania de Santa Catarina, vinculada à de São Paulo, em 1738. A capitania foi desmembrada de São Paulo e passou a pertencer à do Rio de Janeiro, em 1739.

A partir da década de 1740, por iniciativa de Alexandre de Gusmão, ministro do rei D. João V, Portugal inicia um projeto de colonização de povoamento no sul do Brasil, visando garantir a posse do território disputado pelos espanhóis. Com esse objetivo, recorreu-se à imigração proveniente da Ilha da Madeira e dos Açores. Um sistema defensivo insular foi criado e cerca de cinco mil imigrantes açorianos começaram a povoar a ilha e o litoral da capitania entre os anos de 1748 a 1756. Durante a Guerra Hispano-Portuguesa de 1776-1777, a ilha de Santa Catarina foi temporariamente ocupada pelos espanhóis e depois devolvida aos portugueses por meio do Tratado de Santo Ildefonso.

A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, fundada pelo Marquês de Cascais em 1656, substituiu a Capitania de Santana, que teve início na foz da baía de Paranaguá e fim na atual cidade catarinense de Laguna. Tem como limites a de Santo Amaro (parte da segunda seção da de São Vicente) ao norte, e o Governo do Rio da Prata e do Paraguai a oeste, estados extintos delimitados pelo Tratado de Tordesilhas.

Com a declaração da independência do Brasil, a capitania foi elevada à categoria de província. A Revolução Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do Sul em 1835, teve suas consequências sofridas pela então província. Em julho de 1839, a República Juliana foi proclamada pelos revolucionários, chefiados por Giuseppe Garibaldi e David Canabarro, que invadiram Laguna. Derrotados pelas tropas do Império do Brasil, os rebeldes deixaram Laguna. Em 1840, as trincheiras farroupilhas mais recentes foram extintas. Em meados do século XIX vieram os imigrantes europeus, especialmente alemães e italianos, estes últimos em quantidade muito pequena. Foram criadas as colônias de Dona Francisca, atual Joinville, em 1850, Blumenau em 1852 e Brusque em 1860.

Período republicano

A província, agora elevada à categoria de unidade federativa em 17 de novembro de 1889, data que aparece na bandeira e no brasão estadual, aderiu à proclamação da República, no entanto, o governador indicado se revoltou contra o governo federal da época, apoiando a Revolução Federalista gaúcha em 1893. Desterro foi transformada em base naval da esquadra revolucionária chefiada por Custódio José de Melo.

Os conflitos armados se espalharam por toda a costa de Santa Catarina. Derrotados em 1894, os revolucionários foram seriamente castigados pelas tropas legalistas. Em 1894, Hercílio Luz elegeu-se governador e elaborou uma política que pacificasse a região e que reparasse os problemas infraestruturais que o estado sofreu. Homenageando Floriano Peixoto, a cidade de Desterro recebeu o nome de Florianópolis, após uma reviravolta que custou a vida dos defensores da revolução.

No ano de 1912, teve início a Guerra do Contestado, conflito que contrapôs os moradores carentes da região localizada entre os rios Negro, Iguaçu, Canoas e Uruguai, e as forças oficiais. José Maria de Santo Agostinho, um curandeiro considerado sagrado, liderava os sertanejos, além do Paraná e Santa Catarina disputarem a região onde moravam, motivo pelo qual a área recebeu a denominação de Contestado. O desentendimento entre as duas unidades federativas e o conflito armado dos caboclos só acabaram por completo em 1916. Em 1930 o território de Santa Catarina foi invadido pelas forças revoltosas, as quais saíram do Rio Grande do Sul, entretanto, Florianópolis opôs resistência até o triunfo da revolução no país inteiro.

Na época da Segunda Guerra Mundial, foi necessário encarar o problema da infiltração nazista no estado, onde o esforço militar brasileiro não conseguiu ser prejudicado por agrupamentos de alemães, diante de uma tentativa infrutífera. Em toda a administração do presidente Getúlio Vargas, até 1945, interventores governaram o estado. Desde os anos 1950, colaborou ao progresso catarinense o incentivo concedido para que o extremo oeste e o centro do estado fossem povoados por colonos ítalo-brasileiros que vieram do Rio Grande do Sul. A Universidade Federal de Santa Catarina foi criada em 1960 e a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de SC foi fundada em 1965, e tudo isso impulsionou em muito a educação estadual.

Após um grande período de eleições indiretas para governadores no Brasil, Esperidião Amin elegeu-se em 1982. Foi substituído por governador eleito Pedro Ivo Campos (1987–1991). No mês de março de 1991, tomou posse do poder executivo Vilson Pedro Kleinübing, do PFL (hoje Democratas), renunciando em abril de 1994 e sendo sucedido por Konder Reis, que concluiu o mandato. Nas eleições de 1994, elegeu-se Paulo Afonso Evangelista Vieira, que tomou posse do poder executivo estadual em 1995, ficando no cargo até 1999, quando foi substituído por …

Texto obtido de Wikipedia - Santa Catarina sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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