Provinsi Bali

Bali é uma ilha e província da Indonésia, situada na extremidade ocidental do arquipélago das Pequenas Ilhas da Sonda, entre as ilhas de Java (a oeste) e de Lombok (a leste). A província, que inclui algumas pequenas ilhas próximas, nomeadamente Nusa Penida, Nusa Lembongan e Nusa Ceningan, tem . Em 2010 tinha habitantes e estimava-se que 2015 tivesse (). A capital provincial e maior cidade da ilha é Dempassar, situada sensivelmente a meio da costa sul.

Em Bali vive a maior parte da minoria hindu da Indonésia. Segundo o censo de 2010, 83,5% da população é hindu, 13,4% muçulmana, 2,5% cristã e 0,5% budista. A ilha é um destino turístico muito popular, mundialmente famoso. É conhecida pelas suas manifestações culturais, como a dança, a escultura, a pintura, o trabalho em couro e metais e a música. Bali faz parte do Triângulo de Coral, uma área marítima de elevadíssima biodiversidade, onde se encontram mais de mais de 500 espécies de coral (76% do número conhecido mundialmente). Em Bali encontra-se o sistema de irrigação subak, classificado como Património Mundial pela UNESCO.

Etimologia

O nome Bali, com o qual a ilha foi batizada no , deriva da palavra Wali. Wali ou Wari era o termo pelo qual os nativos, que muito veneravam seus deuses, chamavam o ato de adoração. Wali é uma palavra do sânscrito que significa "sacrifício oferecido ao deus", "adoração", "culto" ou "oferenda".

História

Antiguidade e Idade Média

Bali foi povoada cerca de por austronésios originários do Sudeste Asiático e da Oceânia através do Sudeste Asiático Marítimo. Perto da aldeia de Cekik, na parte ocidental da ilha, foram encontradas ferramentas de pedra datadas dessa época. Em termos culturais e linguísticos, os estão estreitamente relacionados com os povos do arquipélago indonésio, Malásia, Filipinas e Oceânia.

Na antiga Bali existiram nove seitas hindus — Pasupata, Bhairawa, Siwa Shidanta, Waisnawa, Bodha, Brahma, Resi, Sora e Ganapatya. Cada uma delas adorava uma divindade específica como o seu deus principal. As inscrições conhecidas datadas do período entre 896 e 911 não mencionam qualquer rei. Outra, de 914, menciona o rei Sri Kesarivarma. Essas inscrições revelam um Bali independente, com um dialeto próprio, onde eram praticados simultaneamene o xivaísmo e o budismo. (ou Gunapriyadharmapatni), a bisneta de Mpu Sindok, o último rei da dinastia Sanjaya do reino javanês de Mataram, casou-se com o rei do Bali (ou Dharmodayanavarmadeva) . Esse casamento intensificou o hinduísmo e a cultura javanesa em Bali. O filho de ambos, (ou Erlangga; 1001–1049), fundou o efémero reino de , cujos territórios chegaram a se estender desde Java Central até ao Bali. Sabe-se da existência da princesa Sakalendukirana em 1098, do rei Suradhipa, que reinou em Bali entre 1115 e 1119 e Jayasakti . O rei Jayapangus aparece em inscrições datadas do período 1178–1181; Adikuntiketana e o seu filho Paramesvara em inscrições de 1204.

A cultura balinesa foi fortemente influenciada pelas culturas indiana, chinesa e em particular pela cultura hindu a partir do O nome Bali dwipa (ilha de Bali) foi descoberta em várias inscrições, incluindo a do pilar de Blanjong, gravada em 914 pelo rei do Bali Sri Kesari Warmadewa, que menciona Walidwipa. Foi durante esse período que foi desenvolvido complexo sistema de irrigação subak para cultivar arroz em campos alagados. Algumas tradições religiosas e culturais ainda praticadas atualmente têm a sua origem nesse período.

O Império de Majapait , de Java Oriental, fundou uma colónia em Bali em 1343. O tio de Hayam Wuruk, imperador de Majapait, é mencionado em registos de 1384–1386. No início do houve uma grande imigração javanesa para Bali, quando o Império de Majapait colapsou. Depois disso, a ilha foi governada por vários reinos independentes, o que contribuiu para uma identidade nacional e a grandes avanços na cultura, artes e economia. A ilha só perdeu a sua independência em 1906, quando os holandeses subjugaram os nativos.

Contactos com portugueses

O primeiro contacto conhecido de europeus com Bali ocorreu em 1512, quando uma expedição portuguesa comandada por António de Abreu e Francisco Serrão avistaram a costa norte. Essa foi a primeira de uma série de viagens bianuais dos portugueses às ilhas Molucas, que ao longo do viajaram ao longo das costas do arquipélago da Sonda. Bali aparece também num mapa de 1512 da autoria de Francisco Rodrigues, um membro da expedição de António de Abreu. Em 1585, um navio naufragou ao largo da península de Bukit, no extremo sul de Bali, o que originou que alguns portugueses tivessem ficado ao serviço do (título dos reis de Klungkung).

Índias Orientais Holandesas

Em 1597, o explorador holandês Cornelis de Houtman chegou a Bali. O governo holandês expandiu o seu controlo por todo o arquipélago indonésio durante a segunda metade do . O controlo político e económico de Bali por parte dos holandeses iniciou-se na década de 1840, na costa norte da ilha, quando os holandeses fomentaram os conflitos entre diversas entidades políticas balinesas. No final da década de 1890, as lutas entre os reinos do sul de Bali foram exploradas pelos holandeses para aumentar o seu controlo.

Em junho de 1860, o famoso naturalista galês Alfred Russel Wallace viajou para Bali desde Singapura, desembarcando em Buleleng, na costa norte. Essa visita foi fundamental para o naturalista desenvolver a sua teoria da Linha de Wallace, a fronteira biogeográfica que passa entre Bali e Lombok. Essa linha separa as espécies zoológicas de origem asiática (a oeste) das espécies de origem mista asiática e australiana (a leste). Nas suas memórias de viagem “The Malay Archipelago”, Wallace narra a sua experiência em Bali, nomeadamente dos métodos de irrigação únicos (subak):

Em 1906 os holandeses lançaram um de grande envergadura na região de onde foram confrontados por milhares de nativos liderados pela família real, que preferiram morrer num puputan (suicídio ritual) combatendo do que enfrentar a humilhação de uma rendição. Apesar dos apelos à rendição feitos pelos holandeses, os balineses marcharam para a morte contra os invasores. Na ocorreu outro massacre similar em Klungkung. Depois disso, os governadores holandeses passaram a exercer o controlo administrativo sobre a ilha, mas o controlo local sobre a cultura e religião geralmente permaneceu intacto. O domínio holandês em Bali chegou tarde e nunca chegou a ser tão bem estabelecido como noutras partes da Indonésia como Java e as Molucas.

Na década de 1930, os antropólogos Margaret Mead e Gregory Bateson, os artistas Miguel Covarrubias e Walter Spies, e o musicologista Colin McPhee passaram tempo em Bali. Os seus relatos da ilha e das suas gentes criaram uma imagem de Bali como "uma terra encantada de estetas em paz com eles próprios e com a natureza". Foi nessa altura que tursitas ocidentais começaram a visitar a ilha.

O Japão ocupou o Bali durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, a ilha não era um alvo na campanha japonesa nas Índias Orientais Holandesas, mas devido ao facto das pistas de aviação do Bornéu terem ficado inoperacionais devido a fortes chuvadas, o exército japonês decidiu ocupar Bali, cujo clima era mais favorável. A ilha não tinha tropas regulares do (KNIL). Apenas dispunha de um Corpo de Tropas Auxiliares Prajoda (Korps Prajoda), formado por cerca de 600 soldados nativos e vários oficiais holandeses do KNIL sob o comando do tenente-coronel W. P. Roodenburg. A 19 de fevereiro de 1942, as forças japonesas desembarcaram perto de Senoer (Sanur) e tomaram rapidamente a ilha.

Durante a ocupação japonesa, um oficial balinês, formou um "exército livre" balinês. A dureza da ocupação japonesa causou mais ressentimento entre a população do que os governantes coloniais holandeses. A seguir à rendição do Japão no Pacífico em agosto de 1945, os holandeses retomaram a administração colonial da Indonésia, incluindo Bali. Enfrentaram a resistência dos rebeldes, que usavam armas capturadas aos japoneses. Em 20 de novembro de 1946, foi travada a batalha de Marga, em Tabanan, no centro de Bali. O coronel I Gusti Ngurah Rai, então com 29 anos, reuniu as suas tropas no leste da ilha em Marga Rana, onde lançaram um ataque suicida sobre as tropas holandesas fortemente armadas. O batalhão balinês foi completamente desbaratado, acabando com o última réstia de resistência militar balinesa.

Independência e pós-independência

Em 1946, os holandeses constituíram o Bali como um dos 13 distritos administrativos do recém-proclamado , rival da República da Indonésia, proclamada e liderada por Sukarno e Mohammad Hatta. O Bali foi incluído na "República dos Estados Unidos da Indonésia" quando os Países Baixos reconheceram a independência indonésia em 29 de dezembro de 1949.

Em 1963, a erupção vulcânica do monte Agung causou milhares de vítimas mortais, provocou o caos económico e forçou à deslocação de muitos balineses para outras partes da Indonésia. Da mesma forma que no resto do país, houve conflitos em Bali devido ao alargamento das divisões sociais, nomeadamente entre os apoiantes do sistema tradicional de castas e os que se lhe opunham. Politicamente, esse confronto foi protagonizado por apoiantes do Partido Comunista da Indonésia (PKI) e do Partido Nacional Indonésio (PNI). As reformas agrárias promovidas pelo PKI aumentaram ainda mais as tensões.

O exército tornou-se o poder dominante e instigou uma violenta purga anti-comunista, na sequência da tentativa falhada de golpe de estado em 30 de setembro de 1965, que foi atribuído ao PKI. Muitas estimativas sugerem que foram mortas mais de pessoas em toda Indonésia, delas em Bali, o que equivale a 5% da população da ilha. Sem forças islâmicas envolvidas, como em Java e Sumatra, os proprietários de terras de castas altas do PNI levaram a matanças em massa de membros do PKI.

Na sequência dos tumultos de 1965–1966, Suharto logrou afastar Sukarno da presidência. O regime instaurado por Suharto, auto intitulado "Nova Ordem", restabeleceu as relaçõ…

Texto obtido de Wikipedia - Bali sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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