Thessaly

Tessália (; em tessálio: - Petthalía) é o nome tradicional de uma antiga região geográfica e de uma moderna região administrativa da Grécia. Ela faz fronteira com a Macedônia ao norte, o Epiro no oeste, a Grécia Central no sul e o Mar Egeu no leste. As Espórades também fazem parte da região.

Antes da Idade das Trevas grega, era conhecida como Eólia (Aeolia; ) e é com este nome que ela aparece na Odisseia de Homero.

A região tornou-se parte da Grécia moderna em 1881 depois de quatro séculos e meio de controle otomano. Desde 1987, a região passou a ser uma das 13 regiões do país e está subdividida (desde o plano Kallikratis de 2010) em 5 unidades regionais e 25 municípios. A capital da região é Lárissa.

O porto mais importante é Vólos, o terceiro mais importante de toda a Grécia. Ao contrário da crença popular, a cidade de Tessalônica não fica na Tessália, mas na província da Macedônia (Thessaloniki significa "vitória sobre os tessálios" e não "vitória dos tessálios").

Geografia

A Tessália ocupa o lado leste da bacia que corre da cordilheira de Pindo do sul da Macedônia até o Mar Egeu. A porção norte da região é dominada pelos picos da cordilheira, que se estende na direção sudoeste-nordeste e inclui o Monte Olimpo perto da fronteira macedônia. Entre estes picos estão rios e seus vales. A extremidade oriental da cordilheira segue para o sudeste a partir do Olimpo pela costa do Egeu até a península de Magnésia, que envolve o golfo Pagasético (também chamado de golfo de Volos) formando uma enseada. O maior rio da Tessália, o Pineios, corre para o leste a partir do centro da cordilheira de Pindo, logo ao sul dos picos, e desemboca no golfo Termaico.

As terras baixas de Trícala e Lárissa formam uma planície circundada por um anel montanhoso. Por causa dos verões e invernos bem definidos e das intensas chuvas de verão, esta planície é muito fértil e, por isso, a Tessália é conhecida como "Celeiro da Grécia". Ainda hoje, a região detém a maior produção agrícola do país.

Além disso, a região tem fronteira topográficas bem definidas: os montes Chasia e Kamvounia estão ao norte, o maciço do Olimpo, para o nordeste. Para o oeste está a cordilheira de Pindo e, para o sudeste, os montes costeiros de Óssa e Pelion.

Diversos afluentes do Pineios também irrigam a região.

Mitologia

Na Odisseia, Ulisses visita o reino de Aeolus, o nome antigo da Tessália. Além disso, a planície da Tessália, que está entre o Monte Oeta e o Monte Olimpo, é o local da batalha entre os titãs e os olímpicos.

Ainda de acordo com as lendas gregas, Jasão e os Argonautas se lançaram em busca do "Velocino de Ouro" partindo da península de Magnésia.

História

História antiga

Importantes traços de culturas neolíticas e calcolíticas foram descobertas na Tessália datando do período entre e (veja cerâmica cardial, Dimini e Sesklo). Assentamentos micênicos também foram descobertos na região, como Iolcos, Dimini e Sesklo (perto de Vólos). Durante os períodos arcaico e clássico, as terras baixas da Tessália foram ocupadas por famílias aristocráticas gregas, como os Aleuadas (Aleuadae) de Lárissa ou os Escópades (Scopades) de Crannon. No , Jasão de Feras transformou a região numa potência militar, revivendo brevemente o auge do poderio tessálio do início do período arcaico. Logo depois, Filipe II da Macedônia foi nomeado arconte da Tessália e ela passou, a partir daí e por alguns séculos, a ser associada ao Reino da Macedônia.

No final da Primeira Guerra Macedônica em , o general romano Flamínio libertou a região juntamente com Orestis. Em , a Tessália passou para o controle direto do Império Romano e foi incorporada à nova província da Macedônia juntamente com o Velho Epiro.

Durante a reforma de Diocleciano (r. 284-305), as províncias da Grécia romana foram reformuladas e a província da Tessália foi criada, subordinada à Diocese da Mésia da Prefeitura pretoriana da Itália. Quando repartiu a Diocese da Mésia para criar a Diocese da Macedônia, a Tessália passou a subordinar-se a ela. Quando a prefeitura pretoriana da Ilíria foi criada em meados do , a Diocese da Macedônia passou para sua jurisdição levando consigo a Tessália.

Entre 395 e 397, assim como a maior parte da Grécia, a Tessália foi ocupada pelos visigodos de Alarico, que só foram expulsos depois da campanha do general romano Estilicão.

Sés episcopais

As sés episcopais da província que aparecem no Anuário Pontifício como sés titulares são:

  • Tessália I
    • Calidão
    • (Gardiki, Trícala)
    • Cesareia na Tessália
    • Demétrias
    • Equino (Echinus; Echinaioi)
    • Ezero (Nezero)
    • Gomphi
    • Lâmia
    • Lárissa na Tessália
    • (Lidoriki)
    • Farsalos
  • Tessália II
    • Marmarizana

Invasões ávaras e período bizantino

Depois da queda do Império Romano do Ocidente, a Tessália foi herdada pelo Império Bizantino no oriente.

Os ávaros chegaram ao continente europeu na década de 550 Os ávaros se aproveitaram e conseguiram uni-los num poderoso exército e, no , esta nova aliança ávaro-eslava começou a atacar o território bizantino, cercando Tessalônica (617) e também a capital imperial, Constantinopla.

De acordo com o "Sinecdemos", no , a província tinha 16 cidades, incluindo as ilhas de Escíatos, Escópelos e Peparisto. Assim como a maior parte dos Bálcãs, a Tessália sofreu muito com as invasões eslavas entre os séculos VI e VIII: não menos do que cinco entre as principais cidades da região desapareceram depois do e tribos eslavas se assentaram nas regiões norte e nordeste da Tessália. Esta região também recebeu uma grande quantidade de pastores valáquios e passou a ser chamada de "Grande Valáquia". No , os eslavos já haviam ocupado a maior parte dos Bálcãs, da Áustria ao Peloponeso e do Adriático até o Mar Negro, com exceção da região costeira e de alguns enclaves nas montanhas da península da Grécia. As relações entre os invasores e os gregos nativos eram provavelmente pacíficas, com a possível exceção do período inicial da invasão e durante algumas revoltas que irrompiam intermitentemente.

Depois que impulso inicial das guerras bizantino-árabes se abateu, o Império Bizantino começou a consolidar seu controle sobre as regiões do interior da Grécia que haviam sido ocupadas pelas tribos eslavas. Depois das campanhas do general Estaurácio em 782-783, os bizantinos conseguiram recuperar a Tessália (que foi incorporada ao Tema Heládico), capturando muitos prisioneiros no processo. Apesar dos raides búlgaros e dos ataques dos piratas sarracenos, a província conseguiu gradualmente ir se recuperando, principalmente depois do reinado de Nicéforo I, o Logóteta e a, depois do , nove novas cidades despontaram na Tessália. Com exceção de algumas expedições militares contra os eslavos, o processo de re-helenização prosseguiu e passou a envolver grandes movimentações, por vezes forçadas, de populações inteiras. Muitos eslavos foram transferidos para outras partes do império, principalmente para a Anatólia, onde passaram a servir no exército bizantino. Por outro lado, muitos gregos que viviam na Sicília e na Ásia Menor foram levados para o interior da Grécia para aumentar o número de potenciais soldados à disposição do imperador e também para diluir a concentração da população eslava. Além disso, conforme mais e mais territórios bizantinos iam sendo perdidos nos séculos seguintes (Sicília, sul da Itália, Ásia Menor), os gregos que viviam nestas regiões geralmente voltavam para a Grécia como refugiados.

Em 977, a Tessália passou a ser alvo dos ataques do Império Búlgaro e, em 985, durante a guerra contra Basílio II, o tsar Samuel da Bulgária saqueou Lárissa. Apesar da grande proporção de sua campanha na Tessália e no Peloponeso, Samuel foi derrotado na Batalha de Esperqueu.

Alta Idade Média

A insatisfação geral com os altos impostos levou, em 1066, a uma revolta aberta das populações aromaniana e búlgara da Tessália, liderados pelo senhor local Niculitza Delfina. Esta revolta, que começou em Lárissa, logo se expandiu para Trícala e depois avançou para o norte em direção à fronteira bizantino-búlgara.

Entre 1199 e 1201, outra revolta, liderada por Manuel Camitzes, genro do imperador bizantino Aleixo III Ângelo, fracassou.

Em 1204, depois da conquista de Constantinopla pela Quarta Cruzada, a Tessália foi conquistada pelo Reino da Tessalônica de Bonifácio I de Monferrato. A região, cujo território se sobrepunha parcialmente ao da Grande Valáquia, foi libertada por Teodoro Comneno Ducas, do Despotado de Epiro, em 1215. Ela permaneceu sob o comando de Teodoro e de seus sucessores em Tessalônica até 1239, quando um monarca deposto da cidade, Manuel Comneno Ducas, a conquistou de seu sobrinho, João Comneno Ducas, assegurando assim seu próprio quinhão entre as muitas posses da família na região. Quando Manuel morreu, 1241, a Tessália passou para o controle do déspota do Epiro Miguel II Comneno Ducas. Finalmente, quando este morreu 1268, a Tessália tornou-se uma possessão de um ramo distinto - e ilegítimo - da família comandado por João I Ducas, cujas possessões se estendiam até a Acarnânia e a Etólia. Em 1309, os almogávares da Companhia Catalã do Oriente (Societas Catalanorum Magna) se assentaram na região. No ano seguinte, passaram a servir como mercenários ao sebastocrator João II Ducas e tomaram o despotado. De lá, seguiram para o Ducado de Atenas a pedido do duque Gualtério V de Brienne. Em 1318, com o fim da dinastia Ângelo, os almogávares ocuparam Siderocastro e o sul da Tessália (1319), fundando o Ducado de Neopátria.

À extinção do ramo Ângelo seguiu-se um período de independência da Tessália, mas a situação na região era cada vez mais caótica. Na década de 1330, uma nova tentativa de assegurar o controle epirota sobre a região resultou numa invasão dos bizantinos, que controlaram a região entre 1335 e 1336. Porém, a reconquista não durou muito, pois a guerra civil de 1341-1347 enfraqueceu o império e permitiu que os sérvios se aproveitassem para conquistar as províncias bizantinas nos Bálcãs. A Tessália caiu em 1348, com a nobreza local reconhecendo a autoridade do expansionista imperador sérvio . A morte deste e do…

Texto obtido de Wikipedia - Tessália sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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