Coréia do NorteCoréia do Norte

Coreia do Norte, oficialmente República Popular Democrática da Coreia (RPDC; em coreano: 조선민주주의인민공화국; hanja: 朝鮮民主主義人民共和國; transl. Chosŏn Minjujuŭi Inmin Konghwaguk), é um país no leste da Ásia que constitui a parte norte da península coreana, com Pyongyang como capital e maior cidade do país. Ao norte e noroeste, o país é limitado pela China e pela Rússia ao longo dos rios Amnok (conhecido como o Yalu em chinês) e Tumen; é limitado ao sul pela Coreia do Sul, através da Zona Desmilitarizada Coreana (ZDC), que separa os dois países. No entanto, o Norte, como o seu homólogo do Sul, afirma ser o governo legítimo de toda a península coreana e de suas ilhas adjacentes. Tanto a Coreia do Norte quanto a Coreia do Sul se tornaram membros das Nações Unidas em 1991.

Em 1910, a Coreia foi anexada pelo Império do Japão. Em 1945, após a rendição japonesa no final da Segunda Guerra Mundial, a Coreia foi dividida em duas zonas, com o norte ocupado pela União Soviética e o sul ocupado pelos Estados Unidos. Negociações sobre a reunificação fracassaram e, em 1948, governos separados foram formados: a socialista República Popular Democrática da Coreia, no norte, e a capitalista República da Coreia, no sul. Uma invasão iniciada pelo Norte levou à Guerra da Coreia (1950-1953). O Acordo de Armistício Coreano provocou um cessar-fogo, mas nenhum tratado de paz jamais foi assinado.

A Coreia do Norte é um Estado socialista autossuficiente e multipartidário que realiza eleições periódicas para a Assembleia Popular Suprema com sufrágio universal e voto secreto. Vários analistas, no entanto, classificam o governo do país como uma ditadura stalinista totalitária, particularmente por conta do intenso culto de personalidade em torno de Kim Il-sung e sua família. O Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC), liderado por um membro da família governante, detém o poder e lidera a Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, da qual todos os oficiais políticos são obrigados a ser membros. Juche, a ideologia de autossuficiência nacional, foi introduzida na constituição em 1972. Os meios de produção são de propriedade do Estado através de empresas estatais e fazendas coletivizadas. A maioria dos serviços, como saúde, educação, habitação e produção de alimentos, também é subsidiada ou financiada pelo Estado. O país segue a política Songun, ou "militares em primeiro lugar", com um total de de pessoas entre soldados ativos, na reserva e paramilitares. Seu exército ativo, de 1,21 milhão de homens, é o quarto maior do mundo, depois da China, dos Estados Unidos e da Índia. O país também possui armas nucleares.

Várias organizações internacionais avaliam que graves violações de direitos humanos na Coreia do Norte são comuns e tão severas que não têm paralelo no mundo contemporâneo. De 1994 a 1998, a Coreia do Norte sofreu uma crise de fome que resultou na morte de milhares de pessoas (entre 240 mil e 420 mil norte-coreanos), sendo que a população continua a sofrer de desnutrição. O governo norte-coreano nega veementemente a maioria das alegações, acusando organizações internacionais de fabricar abusos de direitos humanos como parte de uma campanha difamatória com a intenção secreta de derrubar o regime, embora admitam que há questões de direitos humanos relacionadas às condições de vida que o governo está tentando corrigir.

Etimologia

O nome Coreia deriva de Goryeo (também escrito Koryŏ). O nome Goryeo foi usado pela primeira vez pelo antigo reino de Goguryeo (Koguryŏ), que foi uma das grandes potências do leste asiático durante seu período de existência, governando a maior parte da Península Coreana, Manchúria, partes do Extremo Oriente Russo e da Mongólia Interior, sob a liderança de Guangaeto, o Grande. No século X, o reino de Goryeo sucedeu o de Goguryeo, e assim herdou seu nome, que foi pronunciado por comerciantes visitantes da Pérsia como "Coreia". A grafia moderna da Coreia surgiu pela primeira vez no final do século XVII nos escritos de viagem de Hendrick Hamel, da Companhia Holandesa das Índias Orientais.

Após a divisão do país em Coreia do Norte e do Coreia do Sul, os dois lados usaram termos diferentes para se referir à Coreia: Chosun ou Joseon (조선) no Norte, e Hanguk (한국) no Sul. Em 1948, a Coreia do Norte adotou como nome oficial República Popular Democrática da Coreia (DPRK; em coreano: 조선민주주의인민공화국, Chosŏn Minjujuŭi Inmin Konghwaguk; ouça). Em todo o mundo, como o governo controla a parte norte da península, o país geralmente é chamado de Coreia do Norte para distingui-lo da Coreia do Sul, que é oficialmente denominada República da Coreia. Ambos os governos se consideram o governo legítimo de toda a Coreia. Por este motivo, a população não gosta que estrangeiros chamem o país de Coreia do Norte, preferindo seu nome oficial, pois este representaria o controle "verdadeiro e legítimo" das lideranças do país sobre a Coreia.

História

Antes da divisão

Artefatos da era do Paleolítico que foram descobertos indicam que a ocupação de humanos na Península Corena começou há cerca de meio milhão de anos. De acordo com o relato mítico, o reino de Gojoseon, o primeiro Estado coreano, foi fundado no norte da Coreia e no sul da Manchúria em 2333 a.C.. Gojoseon tinha Pyongyang como sua capital e a data de sua fundação (3 de outubro) é comemorada na Coreia do Norte como o Dia da Fundação Nacional. Em 108 d.C., após invasão dos chineses, o reino de Gojoseon foi dividido em quatro territórios. Os povos trocaram um amplo intercâmbio cultural, fazendo com que a cultura chinesa influenciasse fortemente os coreanos.

O domínio direto dos chineses se tornou enfraquecido e a península foi eventualmente dividida em três reinos, Baekje, Silla e Koguryo, um período conhecido como Três Reinos da Coreia. Os reinos viveram em constante conflito entre si até 676, quando Silla unificou com sucesso a maior parte do território coreano, com exceção do reino de Balhae. O Reino de Silla, governado por uma monarquia absoluta, era próspero, e sua capital Seorabeol (atualmente Gyeongju, na Coreia do Sul) era a quarta maior cidade do mundo na época, além de influente centro asiático.

Em 918, o general Wang Geon fundou o reino de Goryeo, substituindo a dinastia Silla. O período Goryeo foi a "era de ouro do budismo" na Coreia, sendo sua religião nacional e um importante ponto de unificação. O comércio prosperou, com comerciantes vindos do Oriente Médio, e sua principal capital Kaesong (hoje parte da Coreia do Norte) era um centro de comércio e indústria. Foi ainda um período de grandes conquistas na arte e cultura coreana, como por exemplo a Tripitaca Coreana. Goryeo sofreu constantes invasões e ocupações pelo Império Mongol e, em 1392, uma rebelião iniciada pelo general Yi Seong-gye culminou com o fim da dinastia, que foi substituída pela dinastia Joseon.

Joseon foi a última dinastia da Coreia, governando até 1897. O regime adotou o neoconfucionismo como a ideologia de Estado e o budismo foi desencorajado, com seus seguidores ocasionalmente enfrentando perseguições. Durante o final do século XVI e início do XVII, a dinastia foi severamente enfraquecida por invasões dos vizinhos Japão e Qing, levando a uma política cada vez mais dura de isolamento, pela qual o país se tornou conhecido como o "Reino eremita". No final do século XIX, conflitos internos e pressão internacional levaram à queda de Joseon, que deu lugar ao Império Coreano. Naquele momento, era uma das sociedades mais antigas e etnicamente e culturalmente homogêneas. O império adotou reformas que "abriram suas portas", o que contudo não foi capaz de impedir que o Japão o anexasse em 1910, tornando-se uma colônia japonesa.

O Império Coreano permaneceu sob o domínio japonês até o final da Segunda Guerra Mundial em 1945. A maioria da população era composta por camponeses voltados para a agricultura de subsistência. O Japão desenvolveu minas, represas hidroelétricas, siderúrgicas e fábricas no norte da Coreia e na vizinha Manchúria. A classe trabalhadora industrial expandiu-se rapidamente e muitos foram trabalhar na Manchúria. Consequentemente, 65% da indústria pesada estava localizada no norte, mas, devido ao seu terreno acidentado, apenas 37% de sua agricultura. Um movimento de guerrilha surgiu no interior montanhoso e na Manchúria, assediando as autoridades imperiais japonesas. Um dos líderes de guerrilha mais proeminentes foi o comunista Kim Il-sung.

No decorrer da guerra, o Japão recorreu aos recursos da Coreia, alistando à força cerca de 725 mil coreanos, que atuaram tanto como mão de obra no Japão como em seus territórios ocupados. Ao final da guerra, aproximadamente um terço da força de trabalho industrial do Japão era formada por coreanos. Com as condições de trabalho próximas à escravidão, aproximadamente 400 mil dos 5,4 milhões de trabalhadores coreanos morreram. Também houve o envio de 670 mil coreanos para o Japão, e cerca de 60 mil deles morreram. Nos bombardeamentos atômicos, perpetrados pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, entre 40 e 50 mil coreanos foram instantaneamente mortos. Outras milhares serviram como "Mulheres de conforto", sendo forçadas à prostituição e à escravidão sexual nos bordéis militares japoneses.

Depois da divisão

Divisão e Guerra da Coreia

Após a rendição do Japão em 1945, o domínio japonês sobre a Coreia chegou ao fim. As negociações para uma reunificação da Coreia fracassaram e a península foi dividida em duas regiões seguindo o paralelo 38 N, com a metade norte sendo ocupada pela União Soviética e a metade sul pelos Estados Unidos. As Nações Unidas propuseram a realização de eleições, mas os soldados soviéticos impediram a entrada de observadores eleitorais. A Coreia do Sul realizou suas próprias eleições e em seguida foi reconhecida pela ONU como o "único governo legal na Coreia". No Norte, os soviéticos governaram interinamente a região e posteriormente ajudaram Kim Il-sung a se estabelecer como o líder; a República Popular Democrática da Coreia foi proclamada em 9 de setembro de 1948.

Com a d…

Texto obtido de Wikipedia - Coreia do Norte sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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