NicaráguaNicarágua

A Nicarágua (; ), oficialmente República da Nicarágua (), é um país da América Central, limitado ao norte pelo Golfo de Fonseca (através do qual faz fronteira com El Salvador), Honduras, a leste pelo Mar das Caraíbas, através do qual faz fronteira com o território colombiano de San Andrés e Providencia, a sul com a Costa Rica e a oeste com o Oceano Pacífico. Sua capital é Manágua.

O Império Espanhol conquistou a região no século XVI. A Nicarágua alcançou sua independência da Espanha em 1821. Desde a sua independência, o país passou por períodos de instabilidade política, ditadura e crises que levaram à Revolução Sandinista de 1960 e 1970. A Nicarágua é uma república democrática representativa e tem experimentado um crescimento econômico e estabilidade política nos últimos anos. Desde 2007, Daniel Ortega tem sido o presidente.

A população da Nicarágua é estimada em sendo, em sua maior parte, multiétnica. Sua capital, Manágua, é a terceira maior cidade da América Central. A língua principal é o espanhol, embora outras línguas nativas sejam faladas por tribos da costa oriental, como o misquito, sumo e rama, além de um inglês crioulo. A mistura de tradições culturais gerou diversidade substancial na arte e na literatura nicaraguense, dadas as várias contribuições literárias de poetas e escritores da nação, entre estes Rubén Darío, Pablo Antonio Cuadra e Ernesto Cardenal. A diversidade biológica no país também é notável, possuindo um clima tropical e vulcões ativos, fazendo da Nicarágua um destino turístico cada vez mais popular.

Etimologia

Existem duas teorias predominantes sobre como o nome "Nicarágua" surgiu. A primeira é que o nome foi cunhado pelos colonos espanhóis com base no nome Nicarao, que era o chefe ou cacique de uma poderosa tribo indígena encontrada pelo conquistador espanhol Gil González Dávila durante sua entrada no sudoeste da Nicarágua em 1522. Essa teoria sustenta que o nome Nicarágua foi formado a partir de Nicarao e agua (em espanhol, "água"), para referir o fato de que existem dois grandes lagos e vários outros corpos de água no país. No entanto, a partir de 2002, foi determinado que o nome real do cacique era Macuilmiquiztli, que significava "Cinco mortes" na língua Nahuatl, em vez de Nicarao.

A segunda teoria é que o nome do país vem de qualquer uma das seguintes palavras nahuatl: nic-anahuac, que significava "Anahuac chegou até aqui" ou "os Nahuas chegaram até aqui" ou "aqueles que vêm de Anahuac chegaram até aqui"; nican-nahua, que significa "aqui estão os nahuas"; ou nic-atl-nahuac, que significa "aqui pela água" ou "cercado por água".

História

A Nicarágua foi uma região da América Central na qual houve o desenvolvimento de uma antiga civilização que desapareceu sem deixar muitos vestígios de sua existência. As populações que ocupavam a região no momento em que os espanhóis chegaram ao continente, provavelmente surgiram a partir de ondas migratórias oriundas do território mexicano. Ao longo de sua trajetória colonial, a Nicarágua teve sua economia voltada à agroexportação e um rápido surto minerador.

Por volta do século XIX, vivenciando as diversas transformações que atingiam o ambiente colonial hispânico, os nicaraguenses engendraram o seu processo de independência. Após atingir sua autonomia, em 1821, a Nicarágua foi inicialmente conglomerada ao território das Províncias Unidas da América Central. No entanto, o conflito intermitente entre liberais e conservadores acabou transformando a região nicaraguense em um Estado independente.

A disputa entre liberais e conservadores transformaram a Nicarágua em um típico exemplo da fragilidade das instituições políticas concebidas após os processos de independência da América Colonial. Entre 1856 e 1857, o desgaste provocado pelos vários conflitos civis permitiu que o aventureiro William Walker comandasse rapidamente aquela nação. Após o incidente, as disputas políticas continuaram e foram visivelmente marcadas pela intervenção política britânica e norte-americana.

Após o predomínio político durante quase todo o século XIX, os liberais nicaraguenses conseguiram chegar ao poder com a proposta de modernizar as práticas e instituições políticas do país. No ano de 1893, durante o governo de José Santos Zelaya, uma nova constituição foi assinada com o intuito de superar os entraves que impediam a superação dos problemas nacionais. Sentindo-se ameaçados com essa situação, os Estados Unidos intervieram no país passando a controlar suas ferrovias, o Banco Central e a alfândega.

As forças armadas norte-americanas reapareceriam em 1912 para quebrar a resistência dos liberais, que se recusavam a aceitar o acordo pelo qual os Estados Unidos concederiam um empréstimo mediante a condição de estabelecerem o controle financeiro da Nicarágua. Entronado no poder, o presidente Adolfo Díaz concordou com o empréstimo, repassando em garantia as receitas alfandegárias e aceitando um administrador-geral aduaneiro norte-americano, nomeado pelos banqueiros de Nova York e com o aval do Departamento de Estado. É desse ano que data a instalação em Manágua de uma guarnição norte-americana que ali permaneceria por treze anos, até 1925. Até a década de 1920, os vários incidentes políticos da Nicarágua foram acompanhados de perto pelas autoridades políticas norte-americanas. Quando julgava necessário, os EUA enviavam tropas de mariners para anular o resultado de uma eleição e legitimar a ascensão de um líder comprometido com seus interesses econômicos.

Nesse período, um movimento guerrilheiro liderado por Juan Bautista Sacasa, José María Moncada e César Augusto Sandino lutou contra a ação estrangeira em seu país. Após a retirada das forças norte-americanas do país, Sandino e outros líderes liberais resolveram abandonar o movimento armado. Entretanto, Anastasio Somoza García, chefe da Guarda Nacional, armou um golpe governamental e Augusto Sandino fora assassinado.

A partir desse momento, entre os anos de 1936 e 1978, Somoza se preservou no poder através da ação política direta ou por meio de parentes visivelmente atrelados à sua influência. Essa verdadeira “dinastia política” se conservou no poder graças ao controle da Guarda Nacional e a utilização de diversos instrumentos de natureza autoritária. Tal situação só se modificou quando a Frente Sandinista de Libertação Nacional conduziu uma revolução que derrubou a Guarda Nacional.

Assumindo o controle político do país, os revolucionários sandinistas tiveram que contornar uma profunda crise econômica em um país terrivelmente devastado pela guerra civil. Estatizando o setor industrial e viabilizando uma reforma agrária, o novo regime tentou implementar medidas de traço socialista. Insatisfeitos com essa situação, os EUA passaram a fomentar um movimento guerrilheiro contra revolucionário conhecido como “Os Contras”.

A FSLN concentra-se igualmente na melhoria do sistema de saúde nicaraguense, nomeadamente através de campanhas de vacinação e da construção de hospitais públicos, que reduzem principalmente a mortalidade infantil para metade, ou seja, para 40 por mil. Na área da reforma agrária, as propriedades da família Somoza e de alguns dos executivos do regime caído são redistribuídas aos agricultores ou convertidas em fazendas estatais. No entanto, o âmbito da reforma continua a ser limitado, uma vez que dizia respeito apenas aos proprietários somozistas mais notórios e não a toda a estrutura agrária.

O governo sandinista está planejando uma "cruzada de alfabetização nacional". Enquanto o país mergulhou na guerra civil, o orçamento da educação mais do que triplicou, e a taxa de alfabetização aumentou de 50% para 87% durante a década de 1980. A UNESCO está atribuindo o Prêmio Nadezhda K. Krupskaya à Nicarágua em reconhecimento a esses esforços. Ao longo de toda a década de 1980, o governo revolucionário teve que enfrentar a oposição armada dos “Contras”. Visando superar a caótica situação política da Nicarágua, os sandinistas permitiram a realização de uma nova eleição presidencial e a formação de uma nova assembleia constituinte. No final daquela década, o conflito entre os sandinistas e os contras chegou ao seu fim quando os grupos políticos conservadores retomaram o controle da nação.

Durante a década de 1990, os governos liberais da Nicarágua alcançaram alguns tímidos sinais de recuperação econômica. Contudo, várias questões sociais históricas do país ainda aguardavam por uma resolução mais contundente. Nesse contexto, o histórico líder sandinista Daniel Ortega assumiu o posto presidencial nicaraguense prometendo contornar a lastimável situação dos menos favorecidos no país.

História recente

O Governo da Nicarágua reprimiu com violência protestos pacíficos de estudantes e aposentados contrários ao aumento de 5% nas contribuições determinadas pela reforma da previdência impostas sem participação popular, desde o dia 18 de abril de 2018. A Reforma da Previdência na Nicarágua foi aprovado pelo Governo depois de recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) que prega plano de austeridade no país para equilibrar as contas públicas, visando restaurar a sustentabilidade de longo prazo das finanças da segurança social. O governo nicaraguense impediu também acesso a energia elétrica, água e internet nas escolas e universidades amotinadas. O situação já provocou centenas de mortos, especialmente pelas armas policias e grupos afines al presidente Daniel Ortega Nos 4 meses de protestos, pelo menos 325 pessoas morreram, entre elas 24 crianças, foram feridas, estão desaparecidos e milhares foram detidas. Muitas pessoas foram presas sem mandados judiciais. Existe censura oficial das informações sobre o protesto popular que irrompeu diante da negligência do governo da Nicarágua em relação ao incêndio que devastou 4 mil hectares da reserva Indio Maiz em 03 de abril de 2018 e que teria sido provocado a fim de devastar a floresta para ser ocupada pela agropecuária.

Além disso, o governo nicaraguense enfrenta forte oposição à construção do canal no Lago da…

Texto obtido de Wikipedia - Nicarágua sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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