Vilar Formoso

Castillo - Ruinas 2

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Vilar Formoso é uma vila raiana portuguesa, do município de Almeida, do distrito da Guarda, na região Centro, sede da freguesia de Vilar Formoso com 15,14 km² de área e 2 219 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 146,6 hab/km². Vilar Formoso é o principal ponto de entrada por via terrestre em Portugal. Utilizam este ponto de passagem mais de cinco milhões de pessoas por ano, através da rodovia e da ferrovia. Através da fronteira de Vilar Formoso passam a maior parte das Importações/Exportações realizadas via terrestre, de e para o território português.

A freguesia é um aglomerado populacional constituído por dois núcleos separados pela ribeira de Tourões. O núcleo situado mais a sul é o mais recente e desenvolveu-se a partir do século XIX com a construção em 1892 da Linha da Beira Alta que inicialmente ligava a fronteira à Figueira da Foz, mas que atualmente liga a fronteira à Pampilhosa.

Possui inúmeros acessos rodoviários tais como: a A25 que liga Vilar Formoso - Guarda - Viseu - Aveiro; a N16 que serve de alternativa à auto-estrada A25; e a N332 que liga Vila Nova de Foz Côa - Figueira de Castelo Rodrigo - Almeida - Vilar Formoso -Sabugal - Penamacor - Idanha-a-Nova. Todavia, através da geminada vila espanhola de Fontes de Onor dispõe dos seguintes acessos rodoviários: a A62 que liga Fontes de Onor - Cidade Rodrigo - Salamanca - Valladolid - Palencia - Burgos; e da N620 que serve de alternativa à auto-estrada A62.

O entorno paisagístico de Vilar Formoso é marcado pela típica paisagem da Meseta Central é a unidade de relevo mais antiga da Península Ibérica e ocupa a maior parte da sua superfície. Esta é marcada pelo granito, pelo clima contrastado de montanha e pelo seu ar puro e frio que permite a cura e manufatura de fumeiro. A nível hidrográfico insere-se na bacia hidrográfica do Douro, cujo afluente mais próximo é o rio Côa, que dista apenas a 7 km. Pelo interior da vila passa a Ribeira de Tourões, que desagua no rio Águeda.

Contudo, é também uma zona que historicamente tem sido aproveitada para a mineração, testemunhada pela presença das designadas Minas de S. João, de onde se procedia à extração de volfrâmio e estanho, que foram intensamente exploradas durante a Segunda Guerra Mundial, para a extração e exportação do minério de volfrâmio para as potências beligerantes (Alemanha Nazi e Reino Unido). Atualmente encontram-se desativadas e votadas ao abandono, pelo que constituem um perigo ambiental, de saúde pública e de segurança pública.

População

População da freguesia de Vilar Formoso
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
4505057127979218528781 1151 3081 3611 4272 4642 8332 4812 219

A evolução demográfica de Vilar Formoso, demonstra que a população residente tem vindo a decair, contrariando assim o que acontecia no passado. O decréscimo prende-se sobretudo pela quebra registada na economia local desencadeada inicialmente pela a adesão de Portugal à época da CEE e ao Espaço Schengen, que implicou a abertura das fronteiras. Desencadeado assim o desmantelamento da grande rede de serviços de que dispunha Vilar Formoso, sobretudo ligado aos despachos aduaneiros de Importação/Exportação.

A vasta rede de serviços aduaneiros de que Vilar Formoso dispunha era um óptimo incentivo para o incentivo à fixação de famílias e indivíduos na vila fronteiriça, mas também o eram outros serviços, como as operações de câmbio, quer legal ou ilegal, mas também ao comércio variado e restauração.

O último abalo demográfico que a vila sofre deve-se à introdução da moeda única (euro), que implicou o desmantelamento da rede de serviços cambiais que subsistiam, o implicou o encerramento de algumas agências bancárias, que por sua vez conduziu ao êxodo de alguma população residente.

História Breve

Terra grande

Em 1758, dizia o pároco de então que Vilar Formoso já fora “terra grande” a avaliar por algumas ruínas. Hoje, por tudo o que se vê de pé, nota-se que Vilar Formoso é “terra grande”, sendo a maior vila do concelho com uma população quase duplicando a da própria sede.

Vilar Formoso é um aglomerado populacional constituído por dois núcleos separados pela ribeira de Tourões. O núcleo situado mais a sul é o mais recente e desenvolveu-se a partir do século XIX com a construção em 1892 do caminho de ferro que vai da Figueira da Foz até à fronteira Portugal-Espanha.

A Linha da Beira Alta

A zona hoje conhecida pelo nome de Estação quase que ainda não existia quando em 1886 o abade de Miragaia fez a premonição do seu breve aparecimento: “Esta freguesia compreende apenas a aldeia de Vilar Formoso e agora tende a desenvolver-se em volta da sua estação, que é elegante e espaçosa, com todas as dependências próprias dela e da delegação da alfândega, um bom restaurante (…) e junto da estação também uma hospedaria, o que representa uma população importante, pululando de um momento para o outro”. Propriamente de Vilar Formoso diz aquele autor: “Prospera a olhos vistos desde que principiou a construção da linha férrea da Beira Alta (…) e mais deve prosperar agora, depois que se abriu à circulação em 23 de Maio último (1886) a continuação da mencionada linha até Salamanca, entroncando nas linhas férreas de Salamanca a Madrid e Paris (…). Está pois Vilar Formoso em óptimas condições de prosperidade”.

O povoado

O povoamento no território desta freguesia deve ser anterior ao século XII, embora isso não possa afirmar-se positivamente da povoação sede da freguesia, e, claro está, da Estação, que é, da atualidade, a bem dizer. A toponímia é um cicerone óptimo nesta viagem aos primórdios da freguesia. A norte da povoação de Vilar Formoso fica o sítio chamado Tegril, que parece ser, sem qualquer dúvida, um genitivo de nome pessoal de origem germânica, Trasigildus, aludindo a uma “villa” Trasigildi organizada pelo século IX ou X, na margem da ribeira de Tourões. Sendo assim, a conservação deste topónimo prova a persistência de população que o conservaram até ao povoamento de Vilar Formo-so que pode ter tido o princípio nessa “villa” ou numa fração dela, o velho “villar” que, despovoado, veio a repovoar-se no século XII a partir de Castelo Bom. É provável que a primitiva localização da atual povoação tivesse sido nas imediações da vetusta Capela da Senhora da Paz, pois na primeira metade deste século foram aí encontrados vestígios de construções antigas: alicerces de casas, soleiras de portas, alicerces de azulejos, tijolos de pavimentos, etc. Sinal de um povoamento local antiquíssimo são as sepulturas abertas na rocha, as quais têm sido consideradas proto-cristãs, se não mais antigas.

Batalhas por aqui passadas

Pela sua situação em plena raia, sofreu esta freguesia, desde a Nacionalidade, e por várias vezes, toda a sorte de assaltos, cercos e devastações. E tornou a sofrer muito por ocasião da Guerra Peninsular. No termo da povoação, no sítio do Chão dos Mortos, desenrolou-se em 1811 a famosa batalha conhecida por Fontes de Onor entre Massena e o exército anglo-luso, “cobrindo as tropas literalmente esta freguesia e todas as circunvizinhas, tanto portuguesas como espanholas, na distância de léguas”, como disse o abade de Miragaia.

Esta batalha, que devia antes chamar-se de Vilar Formoso e não de Fontes de Onor, apesar de ganha pelos defensores da independência nacional, valeu muitos prejuízos à freguesia, como já tinha acontecido com a devastação provocada em 1808 por Loison e por Massena que, para se vingar dos desastres de Junot e Soult, invadiu Portugal pelo Cimo Côa, e mais tarde, quando da retirada das linhas de Torres Vedras, saqueando, devastando e incendiando. Foi perto de Vilar Formoso, na localidade de Freineda, que Lorde Wellington estabeleceu o seu quartel general, centro das evoluções estratégicas de Riba-Côa.

A expansão da povoação

A zona é hoje conhecida pelo nome de “Estação” quase que ainda não existia quando em 1886 o abade de Miragaia fez a premonição do seu breve aparecimento: “Esta freguesia compreende apenas a aldeia de Vilar Formoso e agora tende a desenvolver-se em volta da sua estação, que é elegante e espaçosa, com todas as dependências próprias dela e da delegação da alfândega, um bom restaurante (...) e junto da estação também uma hospedaria, o que representa uma população importante, pulando de um momento para o outro”.

Propriamente de Vilar Formoso diz aquele autor: “Prospera a olhos vistos desde que principiou a construção da linha férrea da Beira Alta (...) e mais deve prosperar agora, depois que se abriu à circulação em 23 de Maio último (1886) a continuação da mencionada linha até Salamanca, entroncando nas linhas férreas de Salamanca a Madrid e Paris (...). Está pois Vilar Formoso em óptimas condições de prosperidade”. Em 1896 a Rainha D. Amélia acompanhada de todo o seu séquito visita Vilar Formoso durante a viagem pela Linha da Beira Alta. Contudo, A nossa estação terá recebido em 3 de Agosto de 1882 a visita do rei D. Luís, da rainha D. Maria Pia e do príncipe D. Carlos.

Na rota de fuga dos judeus ao holocausto

Dada a sua neutralidade, Portugal teve, durante o conflito mundial um papel crucial, tendo-se tornado Lisboa, entre a queda de Paris e o fim da Guerra, o centro da Europa. Por aqui passaram milhares de pessoas na sua rota de fuga. Se Vilar Formoso foi a principal porta de entrada para quem, vindo da Europa, queria entrar em Portugal, Lisboa era o grande objetivo a alcançar. Com o visto na mão, os refugiados em fuga tinham 48 horas para atravessar a Espanha de Franco. Chegados a Vilar Formoso, na fronteira portuguesa, os refugiados eram questionados pela PVDE e recebiam instruções relativamente ao seu destino final. A maioria das pessoas eram encaminhadas para Residências Fixas em zonas balneares, estando no entanto impedidos de trabalhar e sem permissão para sair do perímetro da vila. E assim se passavam os dias num país neutro em tempo de Guerra, um país de brandos costumes pouco habituado a receber estrangeiros. Um período único na história recente de Portugal que contactou …

Texto obtido de Wikipedia - Vilar Formoso sob licença CC-BY-SA-3.0 el 30 Julho 2021

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